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Excertos de filmes vistos na oficina

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Excertos visionados – 11 de maio

Conversa com André, Carolina, Francisca, Laura, Leonor, Madalena, Matilde e Rafael, através do Teams, a propósito de três excertos de filmes com janelas

Conversation with André, Carolina, Francisca, Laura, Leonor, Madalena, Matilde e Rafael, through the Microsoft Teams, about three movie excerpts with windows

Passeio com Johnny Guitar (João César Monteiro)

O ambiente é muito romântico: no início o diálogo parece ser entre o homem a fumar e a mulher que se está a pentear à janela, depois quando ela fecha a janela isso quebra-se e percebe-se que o diálogo não é entre eles, que é um som que está posto por cima. No fim,    de manhã, quando a câmara se aproxima da janela e passa a só enquadrar o exterior, o diálogo e a música deixam-se de se ouvir e conseguimos ouvir o som dos pássaros, o som da rua, uma mãe a chamar o filho. Apercebemo-nos então que estamos em Lisboa e que o filme é português.

The atmosphere is very romantic: at the beginning the dialogue seems to be between the man smoking and the woman combing her hair at the window, then when she closes the window it breaks and it is perceived that the dialogue is not between them, that it is a sound that is put on top. At the end, in the morning, when the camera approaches the window and starts to only frame the outside, the dialogue and the music stop being heard and we can hear the sound of the birds, the sound of the street, a mother calling her son. We then realized that we are in Lisbon and that the film is Portuguese.

     

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Visitas ou Memórias e Confissões (Manoel de Oliveira).

A luz é linda.  Parecia uma descrição do que estávamos a ver feita por alguém que estava de fora, que estava a falar em cima do que estávamos a ver. E está a descrever um lugar que conhece, que lhe é familiar. O modo como a cena é filmada – ele vai a andar e a filmar – reforça essa sensação. Há um momento em que ele diz que “a casa é um navio” e nós vemos as janelas redondas e percebemos mesmo o que ele está a dizer. Esta ideia do navio é muito interessante, porque quando pensamos numa casa pensamos numa coisa imóvel, mas a verdade é que se pensarmos bem dentro de uma casa nós navegamos: navegam os nossos sentimentos, as nossas relações familiares, o nosso quotidiano, fazemos a viagem do nosso crescimento.

The light is beautiful. It looked like a description of what we were seeing made by someone who was outside, who was talking about what we were seeing. And he’s describing a place that he knows, that he’s familiar with. The way the scene is filmed – he’s walking and filming – reinforces that feeling. There’s a moment when he says « the house is a ship » and we see the round windows and we really understand what he’s saying. This idea of the ship is very interesting, because when we think of a house we think of something immobile, but the truth is that if we think well inside a house we sail: our feelings sail, our family relations, our daily lives, we make the journey of our growth.

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How Green Was My Valley (John Ford)

A comunicação não verbal entre a mãe e o filho, que falam com batidas da bengala, é muito interessante, dá muita intensidade. Vê-se a alegria nos olhos da mãe porque sabe que o filho vai responder. Transmitiu-me muita felicidade. A circunstância pode não ser muito alegre – eles estão de cama, doentes – mas o momento é muito feliz.

Da janela vê-se o tempo a passar: primeiro a janela está fechada e vê-se a neve lá fora, depois a janela está aberta e entram uns passarinhos.

A mim pareceu-me que é uma maneira de contar que a mãe morreu – no inverno via-se que a mãe estava sem forças – e acho que os pássaros são uma reencarnação da mãe, o seu chilrear é como a voz dela, e ela vem falar com o filho.

The non-verbal communication between the mother and the son, who speak with the beat of the cane, is very interesting, gives a lot of intensity. You can see the joy in the mother’s   eyes because she knows that her son will answer. She gave me a lot of happiness. The circumstance may not be very joyful – they are bedridden, sick – but the moment is very happy.

From the window you can see the time passing: first the window is closed and you can see the snow outside, then the window is open and some birds enter.

It seemed to me that it’s a way of telling that the mother died – in winter you could see that the mother was powerless – and I think the birds are a reincarnation of the mother, her chirping is like her voice, and she comes to talk to the son.

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The Gohst and Mrs.Muir (Joseph Mankiewicz)

O escuro é lindo. Aquele momento em que o fantasma fala pela primeira vez e a câmara se aproxima da cara dela e vemos a sua expressão!

A janela cria o ambiente, é a luz que entra pela janela que ilumina a cena, e a tempestade lá fora, o som do vento, da chuva, aumenta a carga dramática. No início pode parecer que é a tempestade que está sempre a apagar a chama da vela, mas não. A Mrs.Muir assusta-se duas vezes: a primeira quando a janela se abre (e ela fecha-a) e a segunda quando ouve a voz do homem (que ela convocou a falar). A tempestade é uma coisa da ordem natural, o homem de ordem sobrenatural.

The dark is beautiful. That moment when the ghost speaks for the first time and the camera approaches her face and we see her expression!

The window creates the environment, it is the light that enters through the window that illuminates the scene, and the storm outside, the sound of the wind, the rain, increases the dramatic load. At first it may seem like the storm is always putting out the candle flame, but no. Muir is frightened twice: the first when the window opens (and she closes it) and the second when she hears the man’s voice (which she summoned to speak). The storm is a thing of the natural order, man of supernatural order.

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L’Aventura (Michelangelo Antonioni)

Foi muito surpreendente quando ela abriu a janela e se viu o mar, porque o exterior é idílico e contrasta muito com o interior em que o ambiente é pesado.

Ela abre a janela, fica por instantes a olhar para o horizonte e depois sai e no lugar dela ficamos nós a olhar (como acontecia no primeiro excerto que vimos). Esta cena transmite uma sensação de tranquilidade e beleza e também de solidão.

It was very surprising when she opened the window and saw the sea, because the outside is idyllic and contrasts a lot with the interior where the atmosphere is heavy.

She opens the window, stares for a moment at the horizon and then leaves and in its place we stare at it (as in the first excerpt we saw). This scene conveys a sense of tranquility and beauty and also of loneliness.

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Cidade Branca (Alain Tanner)

Desta vez a câmara não está de frente para a janela e nós não vemos o que se vê da janela. Mas ouvimos: carros, uma sirene de um barco. São sons de coisas em movimento, e vemos a cortina em movimento, mas o som tem a ver com uma aceleração enquanto o que vemos é tranquilo. Ficamos a ver a dança das cortinas.

This time the camera is not facing the window and we do not see what we see from the window. But we heard: cars, a siren from a boat. It’s sounds of moving things, and you see the curtain moving, but the sound has to do with an acceleration while what you see is quiet. We’ll watch the curtain dance.

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Excertos visionados – 4 de maio

Conversa com André, Carolina, Francisca, Laura, Leonor, Madalena, Maria e Matilde, através do Teams, a propósito de três excertos de filmes com janelas

Conversation with André, Carolina, Francisca, Laura, Leonor, Madalena, Maria and Matilde, through the Microsoft Teams, about three movie excerpts with windows

 

Em Rear Window o personagem está imóvel e vemos o que ele consegue ver a partir da janela da sua casa. Primeiro com os olhos, depois com os binóculos e depois com a lente da máquina fotográfica.

Vemo-lo a ver e vemos o que ele vê. Os planos vão-se tornando mais próximos, vemos mais. Os planos da cara do personagem também se tornam mais fechados: quando ele vê o homem a arrumar as facas, vemos a expressão dele a mudar nos olhos dele.

Nós, com este confinamento, estamos como ele: fechados num sítio, quase impotentes, a ver o mundo lá fora pela janela.

In Rear Window the character is still and we see what he can see from the window of his house. First with the eyes, then with the binoculars and then with the camera lens.

We see him seeing and we see what he sees. The plans become closer, we see more. The plans of the character’s face also become more closed: when he sees the man putting away the knives, we see his expression changing in his eyes.

We, with this confinement, are like him: locked in a place, almost powerless, seeing the world out the window.

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Em Lá-Bas a janela não está aberta, tem os estores para baixo. Enquanto o personagem de Rear Window se esconde para ver, preocupado em ser visto, aqui não é bem isso. Temos a visão da janela por dentro e do que se vê dentro para fora, mas sem sair. Não é tanto ver o que se passa – como em Rear Window – mas olhar lá para fora. Aqui também não vemos quem está a olhar. Mas sentimos a solidão.

In Lá-Bas the window is not open, it has the blinds down. While the character of Rear Window hides to see, worried about being seen, here is not quite this. We have the view from the window inside and what you see inside out, but not coming out. It’s not so much seeing what’s going on – as in Rear Window – as looking out there. Here we don’t see who’s looking. But we feel the loneliness.

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Na Comédia de Deus vê-se pouco do que está lá fora e isso dá curiosidade sobre a paisagem. O plano foca-se no que está dentro: uma sala vazia, com grafitis, pombos, o chão sujo. Vemos um espaço interior, mas aquilo que vemos são coisas que associamos à rua. Depois entra um homem e abre a janela – tem de a forçar para a conseguir abrir. Quando abrimos uma janela é para entra ar e para sair alguma coisa. Quando ele abre a janela é como se fizesse com que aquele espaço voltasse a ser um espaço privado, uma casa.

In A Comédia de Deus one sees little of what is out there and this gives curiosity about the landscape. The plan focuses on what’s inside: an empty room, with graffiti, pigeons, the dirty floor. We see an inner space, but what we see are things we associate with the street. Then a man comes in and opens the window – he has to force it to open it. When we open a window it’s for air and for something to come out. When he opens the window, it’s like making that space a private space again, a home.

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Excertos Visionados – 14 de maio

Conversa com Ana Teresa, Carolina, Diogo, Lebi, Rita, Sofia e Soraia, através do Teams, a propósito de três excertos de filmes com janelas

Conversation with Ana Teresa, Carolina, Diogo, Lebi, Rita, Sofia e Soraia, through Microsoft Teams, about three excerpts of movies with windows

No excerto da Janela Indiscreta (Hitchcock); há um homem que se magoou na perna e por isso está preso em casa (provavelmente não pode sair porque há muitas escadas) e como não tem nada para fazer põe-se a olhar pela janela e acaba por descobrir coisas que se calhar não devia. A câmara ora mostra o que ele vê, ora mostra ele a olhar. A câmara filma a perspectiva do seu olhar e os planos vão ficando mais próximos porque ele passa a olhar pelos binóculos e depois por uma lente, para ver cada vez melhor.

In the Rear Window (Hitchcock) excerpt; there is a man who got hurt in the leg and so is stuck at home (probably he can’t get out because there are too many stairs) and as he has nothing to do he looks out the window and ends up discovering things he probably shouldn’t. The camera sometimes shows what he sees, sometimes shows he looking. The camera captures the perspective of his eyes and the plans get closer because he looks through the binoculars and then through a camera lens, to see better and better.

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No excerto de Lá Bas (Akerman), tive a sensação de que podemos estar sempre a ser observados sem saber. Como na Janela Indiscreta. Aqui também é alguém que observa e não quer ser observado, mas neste excerto a janela não está aberta, está fechada e tem os estores. Parece que foi alguém que ia a passar pela janela e ficou a olhar lá para fora. Nos dois excertos estamos em prédios a olhar para prédios, o que é importante porque os prédios têm muitas janelas e muitas pessoas. No primeiro, vemos quem olha, no segundo, não sabemos quem é. Num a personagem está dentro de casa a olhar para alguém que também está dentro de casa, no outro é alguém que está dentro de casa a olhar para as pessoas que estão nas varandas.

 

In the excerpt from Lá Bas (Akerman), I had the feeling that we can always be watched without knowing. As in the Rear Window. Here is also someone who observes and does not want to be observed, but in this excerpt the window is not open, is closed and has the blinds. Looks like it was someone walking by the window and staring out. In both excerpts we are in buildings looking at buildings, which is important because the buildings have many windows and many people. In the first, we see who looks, in the second, we don’t know who it is. In one the character is inside the house looking at someone who is also inside the house, in the other is someone who is inside the house looking at people who are on balconies.

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No excerto de Cidade Branca (Tanner), vemos uma janela em que o vento entra e faz o cortinado ir para a frente, para trás, para os lados. Só vemos o cortinado e o quarto, não vemos a rua e isso dá muita curiosidade: o que é que se vê da janela? Sabemos que a janela está aberta, porque entra o vento, a luz e o barulho e achamos que deve ser uma cidade.Este excerto dá a sensação de solidão, mas os barulhos que se ouvem dão-nos a sensação que não estamos isolados, mesmo que estejamos sozinhos.

In the excerpt from Cidade Branca (Tanner), we see a window in which the wind enters and makes the curtain go forward, backwards, to the sides. All we see is the curtain and the bedroom, we don’t see the street and it’s very curious: what do you see from the window? We know the window is open, because the wind comes in, the light and the noise and we think it should be a city. This excerpt gives the feeling of loneliness, but the noises that are heard give us the feeling that we are not isolated, even if we are alone.

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Les extraits qui nous ont marqués

  • Les extraits de Louis

Les petites fugues de Yves Yersin (1979)
L’extrait de la mobylette des Petites Fugues de Yves Yersin est un extrait qui m’a beaucoup inspiré dans la réalisation de mon exercice sur la sensation. En effet, on y voit un vieux monsieur recevoir une mobylette et la découvrir au fur et à mesure en touchant ses différents composants. On éprouve tout au long de l’extrait trois sensations différentes : l’odorat, l’ouïe et le toucher. Le réalisateur filme l’objet en le fragmentant par le montage et en utilisant des gros plans et la longue focale. On ressent à l’aide des bruitages et des gros plans notamment la sensation de toucher que le personnage éprouve lui-même car le son est accentué et que l’on voit très bien chaque détail. On ressent également l’odeur que sent le personnage à l’aide du son que le réalisateur a volontairement amplifié et enfin, notre ouïe est stimulée car on ressent le bruit que font les différents composants. En ressentant ces sensations, le personnage principal nous les transmet également et nous avons presque le sentiment d’être nous-même sur place. Cet extrait m’a permis de comprendre qu’avec une simple caméra et un petit peu de montage nous pouvions complètement transporter le spectateur et il m’a inspiré pour tourner mon film. Je l’ai bien regardé avant de tourner et j’ai compris à quel point les gros plans seraient importants si je voulais que mon exercice soit réussi. Il m’a totalement aidé à respecter la consigne qui ne m’inspirais pas forcément auparavant. De plus, lorsque je suis arrivé à l’étape du montage, je me suis inspiré de Yves Yersin en accentuant tous les bruitages de souffle notamment ce qui a été la décision la plus pertinente de mon film.
Life de Pelechian (1993)
 
Life est un court métrage qui montre l’accouchement douloureux d’une jeune femme. C’est un film qui m’a beaucoup touché car il transmet parfaitement la douleur que peut provoquer un accouchement et m’a également permis de comprendre ce qu’était la sensation au cinéma. La constante présence de gros plans m’a permis de comprendre une nouvelle fois à quel point ils étaient importants pour respecter la consigne. Ils permettent ici de voir plus précisément les traits crispés de la future maman et sa transpiration qui n’en finit plus tant la douleur est forte et même insupportable. Le réalisateur joue également avec le son en ajoutant des bruitages absolument pas réalistes ce qui m’a également inspiré dans mon court métrage lorsque j’ai remplacé le son d’un souffle par un bruit de vent. Mais ce que ce court métrage m’a apporté de nouveau, c’est le traitement de la lumière. Pelechian utilise en effet une lumière très blanche pour communiquer au spectateur la souffrance de cette jeune femme et c’est une idée qui fonctionne très bien. Ainsi, Life m’a beaucoup aidé dans la conception de mes différents travaux sur le thème de la sensation.
Pas de Printemps pour Marnie d’Alfred Hitchcock (1964)
 
L’extrait de Pas de Printemps pour Marnie montre la panique que ressent une jeune femme en s’apercevant que son chemisier est légèrement taché de rouge. Elle renverse de l’encre sur son haut blanc et s’affole complètement à tel point que ses collègues pensent qu’elle s’est blessée alors que la situation n’a absolument rien de grave. Pourtant, Hitchcock réussi à nous faire ressentir une certaine panique qui n’aurait pas lieu d’être en temps normal. On la ressent notamment lorsqu’il filme la tâche et que l’écran devient lui aussi rouge comme si elle prenait plus de place qu’elle ne devrait. On remarque la encore la constante présence de gros plan sur le visage du personnage concerné ce qui renforce une fois de plus avant le tournage ma pensée qu’ils sont indispensables s’il l’on veut respecter la consigne. La musique renforce également cette sensation de panique car elle fait elle-même assez peur et ne laisse rien présager de bon pour la suite. Encore une fois, cet extrait m’a été d’une grande aide dans la réalisation de mon court métrage sur la sensation car il m’a confirmé l’importance des gros plans et du son et qu’il m’a montré celle de la photographie et des couleurs.
Vertigo d’Alfred Hitchcock (1958)
 
L’extrait de Vertigo est certainement celui qui m’a servi le moins dans la conception de mon exercice mais il est aussi celui qui m’a permis de comprendre la consigne car je l’avais déjà vu auparavant et donc il m’était plus facile de comprendre. Un homme se retrouve obligé de monter au sommet d’une tour et est épris de vertige, on le ressent alors à l’aide d’un travelling compensé (aussi appelé effet vertigo) qui nous plonge nous aussi dans un vertige. J’ai alors compris que les mouvements de caméra pouvaient eux aussi nous transmettre des sensations au cinéma et qu’il pourrait être très intéressant d’en utiliser un dans une de nos productions.
  • Les extraits de Lou

Pour nous préparer à la pratique ainsi que nous faire comprendre et réfléchir sur la sensation, nous avons visualisé de nombreux extraits en classe. Trois en particulier m’ont fait comprendre ce qu’était la sensation et surtout réfléchir à la manière de la représenter, mettre en scène.

Tout d’abord, Les climats de Nuri Blige Ceylan. Il s’agit d’un film Turc de 2006 qui raconte la séparation difficile d’un couple au fur et à mesure des saisons.

Extrait : http://www.allocine.fr/video/player_gen_cmedia=18717355&cfilm=109741.html

L’extrait étudié montre le personnage féminin transpirant sous la chaleur du soleil. Je n’ai pas réussi à le retrouver sur Youtube mais je me rappelle que c’est lui qui m’a fait comprendre ce qu’était la sensation. En effet, le spectateur ressent parfaitement la chaleur grâce à la mise en scène. Les gros plans sur le corps mouillé de sueur, en maillot de bain, ramènent au fait que la sensation est corporelle et individuelle, ce que je n’avais pas forcément compris. Je confondais encore émotion et sensation. Or, cet extrait montre des choses purement liées au corps : la transpiration, le rythme cardiaque ralenti… qui nous font comprendre alors qu’il fait une chaleur écrasante dans le film. C’est par l’intimité avec le personnage que passe donc la sensation. Par lui, en somme. Et cette proximité avec ce corps féminin brûlant dégage quelque chose de sensuel.

Ensuite, deux extraits se sont complétés : 2001 l’Odyssée de l’Espace de Stanley Kubrick et Les Petites Fugues de Yves Yersin. Dans le premier, un astronaute vit une sorte d’extase qui le plonge dans un rêve cauchemardesque à travers l’espace et le temps. Dans le second, un paysan reçoit une mobylette, la découvre, puis l’essaye jusqu’à, ivre de joie,  »s’envoler » avec.

Stanley Kubrick m’a fait comprendre qu’il ne fallait pas hésiter à tomber dans l’abstrait. Ce n’est pas pour rien que le cinéma expérimentale est dit « à sensations ». Plus le film va dans l’abstrait, plus il fait appel à nos sens à l’état pure. Lorsqu’on a plus de réel sur lequel s’accrocher, reste à analyser les sensations produites par ce que l’on regarde. Kubrick ne joue d’ailleurs pas tant sur les sensations de son personnage que sur les nôtres. Celui-ci est en extase. Cela produit des explosions de couleurs, des formes et sons étranges. Tandis que pour nous, spectateur, il serait difficile de ne pas ressentir une sorte de malaise face à cela. Presque une peur nous traverse l’échine. On est plongé, par un point de vue subjectif, dans la tête de l’astronaute et on voit ce qu’il voit. Des surimpressions nous font aussi voir son visage extasié ou ses yeux en gros plan. Il est presque trop intimiste d’assister à une telle jouissance… En bref, donc, cet extrait est de la sensation à l’état brut. De la sensation filmée, celle de l’astronaute, mais également de la sensation ressentie, par le spectateur. Et ce, grâce à la forme expérimentale du film qui concentre le spectateur sur ses sens par les images abstraites. Cela m’a inspiré lors du montage de l’exercice 3 sur la sensation. Ainsi, je me suis, moi aussi, permise de tomber dans l’abstrait pour faire comprendre à mon spectateur la sensation recherchée. Je l’ai comparée avec l’explosion d’un feu d’artifice qui ensuite se rétracte. Image de l’explosion de jouissance mais qui demeure éphémère. Tout comme Kubrick nous montre un extase trop puissant qui amène à la folie.

Les petites fugues, d’Yves Yersin, m’a conforté dans cette idée qu’une sensation pouvait tomber dans l’abstrait. L’extrait m’a également fait comprendre autre chose : l’arrivée d’une sensation se prépare. Au début, le personnage touche et caresse sa mobylette. Il tisse un lien intime avec elle, la rencontre, apprend à la connaître. Le toucher est à l’honneur, accompagné des bruitages. Les gros plans nous font rentrer dans l’intime de cette scène presque sensuelle. Nous caressons avec le personnage la mobylette. Cette scène surprenante nous prépare à la suite, encore plus surprenante. La relation de cet homme avec cet engin a quelque chose d’étrange, de fusionnel. La scène suivante nous montre le personnage chevauchant sa mobylette à travers la campagne, la foret, affrontant une pluie qui le trempe (nous ressentons pour lui la sensation des vêtements mouillés, le froid). Nous sommes dans ses sensations. Puis soudain, la mobylette s’envole et nous passons en point de vue subjectif, et nous nous envolons. Nous avions été préparés à entrer dans le personnage, dans l’abstrait, nous y voici. L’envol nous fait comprendre à quel point cette machine signifie la liberté, le bonheur, le fait d’échapper au quotidien et de le survoler. Tout cela n’a pas besoin d’être dit, on le ressent, comme le personnage. Nous aussi, on s’échappe avec lui. Le film nous avait préparé à cette prise de hauteur.

 

  • Les extraits de Swan

Le premier extrait qui m’a inspiré provient de Les petites fugues de Yves Yersin. On y voit un vieil homme qui découvre une mobylette. Il caresse le cuir de la selle, fait sonner la sonnette, touche la chaîne… Le réalisateur filme cela en fragmentant l’objet en gros plans avec une longue focale. Il isole ainsi notre vision sur l’action que fait l’homme, et la proximité que l’on a avec les différentes parties du vélo nous fait mieux ressentir les sensations qui s’y rattachent. Ce procédé marche particulièrement avec la sonnette, car il est accompagné de son bruit (on a donc l’ouïe) et avec la chaîne, car la vision de la graisse nous la fait presque sentir. Le gros plan associé à un bruitage est un des procédés les plus utilisés, et on le retrouvera dans la plupart des extraits que je vais citer.

Il m’est ensuite nécessaire de citer Petite lumière, d’Olivier Gomis. Ce court métrage montre une petite fille jouer avec ses oreilles, ses yeux, sa bouches, imitant ainsi le travail d’un réalisateur. Le son y est très important, car il joue ici le rôle de la vue. On le voit dès le début du film: la fille écoute des bruitages de montagne, ferme les yeux et se retrouve sur une montagne (de déchets cependant). Ce dernier plan est presque inutile, car les bruitages seuls nous font déjà imaginer l’endroit. Ils nous permettent donc d’éprouver à la fois l’ouïe et la vue. Le procédé est encore utilisé plus tard, mais de différentes manières :
– une première fois de la même manière que la montagne : la petite fille en jouant avec ses oreilles entend un vélo, qui s’affiche ensuite à l’écran (le son amène la vision)
– Puis une deuxième fois quand elle joue avec une balle imaginaire. On entend le bruit de la balle mais on ne la voit pas. Cependant, le bruitage (ici extra-diégétique) nous permet presque de savoir où se trouve la balle : le son remplace la vue.
– Et enfin quand elle marche dans le sable: on entend a la place ses pas s’enfoncer dans de la neige. C’est au spectateur de s’imaginer le reste : le son a maintenant remplacé le décor.
Je trouve cet usage du son assez habile, parce qu’il nous fait voir quelque chose avec un sens différent de celui utilisé habituellement. L’imagination du spectateur a ainsi créé une balle ou un décor de banquise : des effets spéciaux sont ainsi faits à moindre prix.

La ligne rouge de Terrence Malick montre dans son introduction la sensation de flottement. On y voit des arbres, et des enfants qui nagent. Malick filme cela par en dessous, bouge lentement la caméra tout en faisant de très lents travellings. Ces ingrédients ajoutés aux bruits de la nature et à la musique assez douce de Hans Zimmer détend le spectateur en début de film, et lui fait ressentir une sensation d’apesanteur, de vol presque. La longueur des plans est ici essentielle. Je me dois encore de parler des Petites fugues, car on peut y voir une scène décrivant la même sensation mais filmée d’une manière différente.
Le vieil homme de tout à l’heure est maintenant sur son vélo, en train de rouler. Arrive ce qui est au départ un plan fixe, montrant la route du point de vue subjectif de l’homme. Puis la caméra s’élève de plus en plus haut, par dessus les arbres, la forêt, s’éloignant du point de vue du personnage. Le reste du plan est filmé au drone, planant au dessus de la vallée. La sensation est donc ici beaucoup plus perceptible, la caméra s’envolant littéralement. Le réalisateur retranscrit au spectateur ce que ressent le vieil homme sur sa mobylette.

 

La scène de danse dans La vie nouvelle de Philippe Grandrieux montre elle une autre manière de filmer la sensation, et plus précisément la transe. L’extrait commence par un gros plan en longue focale sur le visage d’un homme et d’une fille en train de danser. Puis, quand la musique -instrumentale- va arriver, le cadre va se mettre à trembler de plus en plus. Les plans qui ne font que se rapprocher s’enchaînent de plus en plus rapidement, tandis que le tremblement de la caméra s’intensifie. Les acteurs maintenant filmés en très gros plan sortent presque tout le temps du cadre. Tout est fait pour que le spectateur ait lui aussi l’impression de danser. L’image devient ensuite de plus en plus floue, pour recréer la frénésie dans laquelle se trouve les personnages. Pendant de temps l’actrice tourne sur elle-même, ce qui perd encore plus le spectateur. Au bout de trois minutes, la musique s’arrête pour n’être remplacée que par le bruit que font leurs corps qui dansent. L’égarement est total. Cet extrait m’a intéressé car il assume ses faux raccords et ses « erreurs » de tournage : le flou et le mauvais cadrage des plans sert l’image et le récit. Cet esprit est un peu le même que celui des réalisateurs de la Nouvelle Vague qui faisaient exprès de faire des faux raccords et de briser les règles de réalisation dans leurs films (cf. A bout de souffle). Il m’a aussi aidé pour réaliser l’exercice 2 « sensation et musique », qui portait lui aussi sur une transe, et où l’on a aussi utilisé les cuts rapides et les gros plans pour la représenter.

 

Pour conclure, je dirais que la sensation est un élément presque essentiel dans un film, et qu’il y a de nombreux moyens de la représenter. On peut même se demander si pour être attaché émotionnellement à un film, il ne faudrait pas obligatoirement y ressentir des choses… Je finirais donc en citant Victor Cherbuliez qui disait « Les sensations tiennent plus de place dans notre existence que les pensées.

 

  • D’autres extraits encore proposés par Alix :

La scène d’ouverture du film ”Gravity” d’Alfonso Cuaron propose au spectateur la sensation de vertige notamment par : le vide sonore (un bourdonnement sourd), la caméra flottante qui permet un rapprochement et l’éloignement des personnages ainsi que des retournements de la caméra et enfin un balai des corps (fluidité, lenteur) où l’on peut retrouver des personnages à l’envers.

Ces choix de mise en scène de Alfonso Cuaron, le réalisateur, permettent de créer la sensation de vertige. La sensation n’est pas à confondre avec les émotions, notamment dans ce passage la peur, la panique ou le stress.

De plus, un extrait du film ”Phantom Thread” de Paul Thomas Anderson mettait en scène la sensation de toucher grâce à des gros plans, des plans longs qui suivent le mouvement de la main du couturier Reynolds Woodcock mais aussi grâce à une dimension sonore continue (son de caresse d’un tissu).

 

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Comment définir la sensation ?

La sensation est une réaction physique, qui passe par le corps, et qui vient du monde qui nous entoure.  Alix

Une sensation est une impression perçue par le corps et ses sens. Les émotions n’en sont donc pas, car elles sont avant tout psychologiques. Une sensation vient du monde qui nous entoure.  Swan

La sensation, au cinéma, est quelque chose d’essentiel. En effet, rien de plus intime que de filmer la sensation. Elle est une réaction physique et individuelle, dûe à l’environnement. Celle-ci fait également appel aux sens : odorat, goût, toucher, ouïe et vue. Ces deux dernières étant, de loin, les plus utilisées. La sensation peut aussi être du vertige, le chaud ou le froid… Elle passe avant tout par le corps. C’est cela qu’on doit réussir à montrer.
Il est, par ailleurs, intéressant de se dire qu’il n’y a rien de plus naturel que de  »ressentir » dans la vie de tout les jours. Tandis qu’au cinéma, la sensation doit être créée très artificiellement. Elle se fabrique d’abord par la valeur de cadre (gros plan la plupart du temps) mais surtout au montage avec l’ajout des bruitages, en plus du jeu d’acteur.  Lou

Filmer la sensation au cinéma est une notion complexe. Il faut tout d’abord distinguer une sensation d’un sentiment, le sensation étant plus furtive, plus simple comme par exemple le toucher, le vertige, le malaise ect, au contraire du sentiment qui dure dans le temps et qui est plus intense, comme l’amour ou la haine. Il faut également distinguer le fait de filmer un personnage qui ressent une sensation et de faire ressentir la sensation aux spectateurs. Par exemple, si un personnage mange, la mise en scène sera différente si l’on veut faire ressentir le goût aux spectateurs ou si l’on veut juste le filmer en train de manger.  Gaspard

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Excerto visto em sala, preparação para o exercício 3

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Excertos de filmes vistos na oficina

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Exercício 3 – A Música e as Sensações

“A música é um óptimo veículo de transmissão de sensações. E a música em conjunto com a imagem pode ser muito surpreendente. O cinema cruza as várias artes”

Concentramos as nossas sensações na música….

E para isso vimos também alguns exemplos de filmes onde a música tem uma relação especial com as sensações.:

 

La Musique et les Sensations

“ La músique est un excellent véhicule de transmission des sensations. Et la musique jointe à l’image peut être très surprenante.  Le cinéma croise les différentes arts.

Nous avons concentré nos sensations sur la musique ….

Et pour cela nous avons aussi vu quelques extraits de films où la musique a un rapport particulier aux sensations:

 

  1. Chat écoutant de la musique (O gato a ouvir a música),  de Chris Marker
  2.  La Pyramide Humaine ( A Pirâmide Humana), de Jean Rouch
  3. Et  Le Pays des Sourds (O País dos Surdos) , de Nicolas Philibert

 

Ao vermos estes excertos, que fazem parte da selecção deste ano do programa da Cinemateca Francesa, para trabalhar o tema das sensações, percebemos  que a música nos pode criar vários tipos de sensações, seja entrar em conflito ou harmonia com a imagem, mas criando sempre uma nova relação entre ambos  (som e a imagem).

E fizemos desenhos depois de ouvir várias músicas onde tentamos transmitir “visualmente” as sensações que as músicas nos transmitiam.

Fizemos isto com três músicas com ritmos e composições muito diferentes:

  1. “Le Vol du Bourdon”, de Rimsky-Korsakoff
  2.  “Ricercata nº2”, de György Ligeti
  3. “Jour de Fête”, a música do filme de Jacques Tati

 

En regardant ces extraits – qui font partie de la sélection de cette année du programme de la Cinémathèque Française – pour travailler le thème des sensations, nous nous sommes aperçus que la musique peut créer des sensations, que ce soit en entrant en conflit ou en harmonie avec l’image, mais en établissant toujours une nouvelle relation entre les deux (image et son).

Après avoir entendu plusieurs musiques, nous avons fait des dessins où nous avons essayé de transmettre «visuellement» les sensations que les musiques nous transmettaient.

Nous avons fait cela avec trois musiques avec des rythmes et des compositions très différents:

  1. “Le Vol du Bourdon”, de Rimsky-Korsakoff
  2.  “Ricercata nº2”, de György Ligeti
  3. “Jour de Fête”, a música do filme de Jacques Tati

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Aqui  estão alguns exercícios com a musica “Ricercata nº2”, de György Ligeti:

Voici quelques exercices avec la musique “Ricercata nº2”, de György Ligeti:

(Agitação)(Agitation)

 

( Raiva,tristeza)(Rage, tristesse)

(Tensão, vento) (Tension, vent)

(Tristeza,aflição)(Tristesse,chagrin)

 

 

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As Sensações no filme “O Espírito da Colmeia”, de Víctor Erice e no filme Regresso às Aulas, de Jacques Rozier

No dia 15 de Outubro fomos à Cinemateca Portuguesa ver “O Espírito da Colmeia”, de Víctor Erice. Sair da escola para ir a um cinema tão diferente foi uma experiência muito boa.

Depois vimos em sala de aula um excerto de Regresso às Aulas, de Jacques Rozier.

A pensar nestes exemplos e no que mais nos marcou começámos a discussão sobre o tema deste ano –  as Sensações.

A princípio parecia-nos difícil mas rever e falar sobre alguns excertos ajudou-nos a compreender melhor o tema do ano e a perceber que um filme não se vê à primeira! Quanto mais vemos mais descobrimos.

Les sensations dans le film «L’Esprit de la Ruche», de Víctor Erice et dans “Rentrée des Classes” de Jacques Rozier

Le 15 octobre, nous sommes allés à la Cinémathèque Portugaise voir «L’Esprit de la Ruche», de Víctor Erice. Sortir de l’école pour aller voir un film dans un lieu si spécial fut une très agréable expérience.

Plus tard, nous avons vu á l’école un extrait de “Rentrée de Classes”.

En pensant à ces deux films et à ce qui nous a le plus touché, nous avons commencé une discussion sur le thème de cette année: Les Sensations.

Au début, cela semblait déroutant, mais en revoyant quelques extraits et en en parlant, cela nous a aidé à mieux comprendre le thème de cette année et aussi à percevoir qu’un film ne se découvre pas avec une seule vision!  Plus on le voit et on le revoit, plus on le découvre.

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